Tuesday, August 29, 2006

O caos etílico

O etanol ou álcool etílico é um dos principais álcoois que existem. Incolor, inflamável e de odor característico. Ele é miscível em água, com a qual forma uma mistura azeotrópica, e em outros compostos orgânicos. Seu ponto de fusão é -114,1°C e seu ponto de ebulição é 78,5°C. Essa mistura quando associada a elementos inconseqüentes e um certo descontrole resulta invariavelmente em: Caos etílico!

Por sua vez o Caos etílico é um evento bem comum a grande parte da população, tendo um maior destaque e importância em um grupo específico e misterioso, o A.A - vulgo alcoólatras anônimos. Mas não falaremos deles e sim de um outro grupo, que também perdeu a identidade e não só ela. Não foram encontrados neles qualquer resquício de integridade ou auto-censura. Também se distanciam dos A.A por não fazerem terapia, afinal como é largamente sabido, chorar no ombro de desconhecidos sem curso superior em psicologia ou coisa que o valha não pode ser considerado terapia. Este vasto grupo se dedica ao consumo excessivo do álcool, principalmente nos finais de semana, mas caso ocorra uma proposta interessante não vêem problema nenhum em fazer isso no meio dela, afinal, o álcool coroa todos os momentos decisivos da vida desses seres, sejam eles felizes, tristes, deprimentes, vergonhosos, vexatórios, esquecíveis...

O caos etílico atua muitas vezes como carrasco e salvador, em uma espécie de círculo (que nos deixa tontos e com vontade de vomitar) vicioso. Porque às vezes bebemos para esquecer algo, e depois de ultrapassar limites humanos de consumo acabamos de fato esquecendo aquilo que nos atormentava, mas em contrapartida produzimos mais motivos de tormentos, vergonha e discórdia que ansiaremos por esquecer com mais um porre. Mas a grande questão são as sempre perigosas testemunhas oculares, que geralmente são pessoas as quais você quer impressionar.Você de fato as impressiona, quando mostra sem ao menos se corar que consegue lembrar todas as coreografia das canções do sensacional cd homônimo do grupo É o tchan, recebendo risos de aprovação e simpatia de todos que te rodeiam (com exceção dos seus amigos sóbrios) que parecem gostar muito da sua dança. A alegria que invade seu coração ao lembrar que você está vencendo barreiras que pareciam intransponíveis, levando a alegria do tchan para aquela comemoração (outrora desanimada) de aniversário de 11 anos de lançamento daquele cd bem menos animado, o nada rebolável “Mellon Collie and Infinite Sadness” do tal do Smashing Pumpkins!

As amizades são postas a prova, quando com toda a sutileza adquirida após uns goles você comenta sobre algum defeito ou complexo do seu amigo de forma um pouco pejorativa, inventando apelidos carinhosos. Ou então quando você mostra toda sua sensibilidade, contando algum segredo obscuro da vida dele com o nobre intuito de que aquele grupo de pessoas possa ajudar seu amigo, que a esta altura já esta bebendo pra esquecer o que acabou de acontecer com ele, e tentando listar os motivos pelos quais ele não colocou um ponto final naquela amizade. Ao se dar conta do que fez, você começa a tentar remediar a situação, declarando todo seu amor a ele ou a qualquer coisa ou objeto que você supunha que seja uma pessoa. O amor transborda do seu coração te fazendo distribuir carinho e convites para dias alegres na casa de praia da sua tia que jamais emprestaria.

Durante todo esse texto o aspecto da saúde física foi intencionalmente ignorado ao passo que um fígado pode ser transplantado com facilidade, principalmente com a modernização e avanços do mercado negro de órgãos. Portanto, nos preocupamos somente com sua saúde moral, esta que se dissolve copo após copo e faz com que sua imagem nunca mais seja a mesma diante de seus amigos, parentes, desconhecidos, autoridades locais e etc.

Agora você está alerta e deve ter entendido as razões de em uma ensolarada manhã de segunda feira, dois jovens serem acordados não pelas suas respectivas e amáveis mãezinhas e sim por um segurança de uma grande rede de hipermercados que os advertiu sobre as inconveniências de se dormir em um fraldário em condições precárias.

Ps : Mãe, nada disso é auto-biográfico, como a senhora sabe, sou careta! Bebidas blah!

9 Comments:

At 9:40 PM, Anonymous Anonymous said...

adorei o texto! sucesso para o blog!

 
At 1:41 PM, Anonymous Anonymous said...

UUUUUUUFA, já tava quase pensando que fosse algo a meu respeito!
Qdo li que algúem dançou tchan ao som de Smashing Pumpkins pensei: "esse com certeza não fui eu!" hehehehe

Mas quem foi o autor de tal proeza? Algum aspirante a minha pessoa?

 
At 4:49 PM, Anonymous Anonymous said...

deve realmente ser muito ruim!!!pena q eu nunca passei por isso...q eu me lembre claro!!o pior eh ser abandonado pelo seu amigo em uma banheiro qualquer a merce de um bando de desconhecidos sedentos por um corpimnho desfalesido ao falar"acho q vou desmaiar".

 
At 8:40 PM, Anonymous Anonymous said...

Como pude ignorar esse fato!
"O ponto de fusão do etanol é
-114,1°C e seu ponto de ebulição é 78,5°C."
Isso explica muita coisa!Principalmente akela noite que eu...ops...

É...vou indicar esse post pruma amiga minha...ela andou passando da conta esses ultimos dias...coisa feia,né?!

 
At 11:45 AM, Anonymous Anonymous said...

Assim como os anteriores, este post é excelente. Você precisa escrever mais constantemente; seus textos são muito bons mesmo.

 
At 12:43 PM, Anonymous Anonymous said...

bebida sempre acaba sendo uma merda mesmo
o prazer momentaneo não supera o verdadeiro bem estar e este não se encontra num copo..
quase cai nessa e é claro não vou ficar dando liçãozinhas--é muiiiito chato
as pessoas sabem o que é certo.

seus textos se tornam mais profundos muito bom :)

 
At 9:45 PM, Blogger Paco said...

semana passada tomei um porre lindoo...rsrsrs

e agora to ouvindo o Mellon Collie and The Infinite Sadness..rsrsrs


algo em comum ?? !!

geezzzzzz


vou parar com um ou outro..rsrs

abração e ótima semana!

 
At 4:10 PM, Anonymous Anonymous said...

Uma vez eu e Raphael enchemos um cara de porrada porque ele queria tomar nossa vódega.

 
At 12:22 PM, Anonymous Anonymous said...

O sentimentalismo é meu alter-ego

 

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