Tuesday, February 21, 2006

Cura superfaturada

Era só mais um dia comum a ilustrar a galeria de dias comuns da minha sempre tão enfadonha vida.O amigo de sempre me ligou para fazermos a já clássica caminhada em busca do desconhecido ou de qualquer emoção barata! Andávamos pela Bela Cintra,rua onde se instala uma das lojas da Doc Dog. Fomos movidos pelo espírito consumista (mesmo com uma carteira que poderia, por seu conteúdo, pertencer a qualquer morador miserável de um país bem pobre da África) adentramos a loja. Somos otimistas! Depois de constatar que cada peça de roupa ali não custava menos que valor de um rim sadio, proferi uma profética frase:"Não teria dinheiro nem para comprar um band aid".
Eu olhava as mercadorias e a vendedora me olhava com um ar de reprovação como se soubesse quanto eu tinha na carteira. Comecei a observar a vitrine ,absorta, sempre com um pensamento fixo :"Ha!Dá pra fazer isso em casa"... eis que meus olhos focaram aquele pequeno objeto: o sempre necessário band aid,mas não era qualquer band aid era um no valor de (pasmem)R$16,00 e quando digo um quis dizer literalmente isso - faz alguma diferença seu eu disser que ele tinha estampa de oncinha!?!Não vinha nem com a etiqueta da loja!Estou falando de apenas um, e não de uma caixa toda, nem da mensalidade de um plano de saúde, tão pouco dos serviços de um médico renomado, mto menos de uma intervenção de algum pajé de uma tribo perdida que promove curas milagrosas comprovadas, era só um band aid.
Fiquei pensativa. Afinal, que machucado tão honroso era digno daquele luxo descartável!?!Huum...Talvez uma mordida do Hannibal Lecter?? - Parabéns Hopkins pelo Cecil B, ou as conseqüências de um tiro recebido após você tentar salvar uma mãe solteira de 6 filhos ou ainda em um ferimento causado pela introduçao de um chip alienígena na pele.Também seria justo usar após voce doar seu rim para uma criança que vivia assombrada com a pespectiva de ter sua vida abreviada por alguma cruel doença - lágrimas de sangue, porque um simples ferimento por mais gangrenado que estivesse não seria merecedor de tamanho investimento financeiro na sua estética.
Algumas dúvidas ainda pairam em minha cabeça: será que alguém comprou o dito cujo???será que o preço estava certo???será que eu vi errado??será que depois do resultado do próximo sorteio da mega sena ainda acharei esse valor um absurdo para o tão vil objeto?será que a Bia Falcão está viva??? Enfim, mistérios que assolam minha mente até hoje.

Saturday, February 11, 2006

Amor passageiro (piada infame)

Estação Sé do metrô, eu num dia normal, com a auto estima no mesmo lugar de sempre ( entre o calcanhar e o solo) indo para Av paulista, afinal ficar entediado lá é muito mais divertido do que em casa.
Prestes a chegar a parte mais vazia da estação pra esperar o metrô eu me deparo com aquele que mudaria o dia de qualquer um, e mudou o meu! Um ser nipônico que personificava tudo que eu considerava desconcertantemente encantador em uma pessoa. Com qualidades que iam muito alem do cabelo cuidadosamente bagunçado e da arte do bem vestir. Naturalmente olhei. Meio que por instinto parei numa marcação de porta do lado da que ele tava (afinal meus instintos não são tão cara de pau a ponto de parar na mesma que ele). Num ponto estratégico continuei contemplando ele e meio que perdi algumas noções básica do ridículo deixando de disfarçar. Numa dessas o japa percebe, e nessa hora todos os pudores me voltam.Fico sem saber pra onde olhar. Segundos depois não resisto e volto a admirá-lo e seu olhar continuava a apontar pra mim. Pensei comigo: "Não se iluda, ele está sóbrio,deus não seria tão misericordioso". Conclui então que ele só podia estar olhando pra alguém perto de mim.Procuro ao meu redor e vejo um casal de idosos, um paralítico numa cadeira de rodas e uma senhora com um bebê no colo que lá dentro começou a pedir esmola. Depois de analisar todos que me rodeavam cheguei à conclusão de que sim! o japa estava olhando pra mim (hum, será que subestimei o sex apeal de algum dos velhinhos??)Só não entendi o porque daquele olhar amistoso e não um do tipo "perdeu algo aqui", mas o ar simpático e quase convidativo continuava até que o metrô chega. Naquela hora tive a impressão que tudo acabaria porque pro meu desespero a marcação que ele estava era da ultima porta de um vagão e a que eu estava era a primeira de outro.Foi então que tive a maior prova que milagres acontecem.Ele veio pro mesmo vagão que eu. Lá dentro ficamos um pouco longe mas de frente um pro outro e sempre nos esquivando pra ver através de um infeliz mal amado que insistia em ficar entre nós.
As trocas de olhares eram intensas e eu ja começava a pensar em qual roupa eu iria me casar, em quem seria a madrinha, quais seriam os nomes dos nossos labradores, entrando num dilema na hora de escolher se a lua de mel seria em Paris ou Londres, entre outros planos que nos fariam viver felizes para sempre.Foi então que o destino meu mais impetuoso inimigo falou mais alto, minha linda história de amor foi findada antes mesmo de ter sido uma. Chegamos na estação Liberdade, e ele como todo japa que se preze desceu.

Sunday, February 05, 2006

Pra onde vão nossas crianças!?!

Durante a semana uma noticia abalou a cena underground paulistana: fecharam o atari club.Clubinho que antigamente era freqüentado pela wannabe-elite-alternativa (ta! alguns não eram wannabes) de São Paulo, mas que nos últimos tempos havia sido dominado por uma criançada triste que se auto denomina "emo".
Um lugar onde era fácil entrar mesmo tendo apenas 15 anos e achando que a melhor banda do mundo é o Good Charlotte. Lugar onde a menininha podia beijar sua amiga sem sofrer preconceito nenhum, e ainda aparecer no site se passando por descolada e depois publicar a foto em seu fotolog para receber vários comentários de suas miguxas. Lugar este onde centenas de pessoas tristes renunciavam a sua melancolia e se divertiam muito sem desmanchar o cabelo.
A ordem de fechar a casa partiu diretamente do gabinete do prefeito José Serra, tal atitude absurda é realmente preocupante.Afinal sem o atari aonde essa nação triste vai ser divertir??O hangar 110 já não comporta mais tanta gente.O parque da Mônica perdeu o glamour, e essa gente não pára de aumentar, onde for ouvido um resmungo, um choro você pode facilmente encontrar um emo exercendo sua função. Eles se proliferam cada vez mais rápido!!
Sem a Meca emo(Atari) eles são obrigados a procurar formas alternativas de diversão, e já é fato que isso pode ser muito perigoso e até fatal. Sábado dia 4 tivemos a prova definitiva da reação em cadeia que a atitude de nosso estimado prefeito causou: milhares de emos tumultuaram a apresentação da banda mexicana RBD causando 3 mortes!!
O governo precisa de uma atitude efetiva para contornar os estragos causados por essa decisão inconseqüente. Quem sabe uma piscina de bolinha gigante no Ibirapuera!?!Hum, pensando bem acho que não resolveria porque bagunça o cabelo...
Analisando os fatos chego à conclusão de que mais do que nunca precisamos que o Sr prefeito reveja suas decisões. Fazendo isso, pouparia a vida de muitos emos, que podem morrer sem ter a oportunidade de se suicidar após receber um fora de sua namorada.Vamos la José Serra!!Libera o atari!!!Blue childs just wanna have fun!!!!